Nos primeiros sete meses deste ano, o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher, registrou
mais de 740 ocorrências relacionadas a feminicídios e tentativas de homicídio contra mulheres.
Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH),
de janeiro a julho de 2018, foram registrados 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de
assassinatos de mulheres.
No período, a Central recebeu quase 80 mil relatos de violência de gênero, sendo que cerca de
80% das denúncias foram classificadas como violência doméstica. Agressões físicas representam
quase metade (46,94%) dos relatos. E três em cada dez denúncias se referem a violência
psicológica.
Além das violências doméstica, física e psicológica, o Ligue 180 registra ainda casos de violência
sexual, moral, patrimonial, obstétrica, no esporte, cárcere privado, crimes cibernéticos e agressões
contra mulheres migrantes e refugiadas.
As denúncias são encaminhadas para a Defensoria Pública e Ministério Público e outras
instituições da rede de proteção das mulheres. A Central também orienta sobre a Lei Maria da
Penha e outros dispositivos legais de defesa dos direitos das mulheres.
O canal de denúncias pode ser acessado no Brasil e em mais 16 países: Argentina, Bélgica,
Espanha, Estados Unidos, França, Guiana Francesa e Inglesa, Holanda, Inglaterra, Itália,
Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela. A ligação para o 180 é
gratuita e pode ser feita inclusive nos feriados e fins de semana. Os casos de violência também
podem ser registrados pelo e-mail ligue180@spm.gov.br .
Feminicídio
Fruto da Lei Maria da Penha, o crime do feminicídio foi definido legalmente em 2015 como
assassinato de mulheres por motivos de desigualdade de gênero e tipificado como crime hediondo.
Segundo o Mapa da Violência, quase 5 mil mulheres foram assassinadas no país, em 2016. O
resultado representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Em dez anos,
houve um aumento de 6,4% nos casos de assassinatos de mulheres.
Nos últimos dias, vários casos de agressão contra mulheres até a morte repercutiram em todo o
país e reacendeu o debate em torno da violência de gênero. Um dos casos mais emblemáticos
ocorreu no interior do Paraná, onde o biólogo Luís Felipe Manvailer foi denunciado pelo
assassinato de sua esposa, a advogada Tatiane Spitzner. Ela foi encontrada morta no dia 22 de
julho depois de cair do 4º andar do prédio onde o casal morava, em Guarapuava (PR)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro visitante, deixe seu comentário