Por Luiz Pereira
O recente estudo da Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) sobre o aumento da criminalidade e da violência em Pernambuco mostra, claramente, que o Programa Pacto pela Vida faliu e que o Governo do Estado não está priorizando a segurança pública. Os números não só assustam, eles são aterrorizantes.
Petrolina, no Alto Sertão, apresentou o resultado alarmante. Ali aumentou em 57,6% no número de assassinatos de 2014 para 2015. Em Caruaru, no Agreste, o avanço desenfreado da violência também chama a atenção, pois o número de mortes cresceu 48,9% em 2015, se comparados os números com os de 2014. Naquele município, foram 204 homicídios no ano passado, enquanto em 2014 foram registrados 137. No Cabo de Santo Agostinho, a taxa de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes passou de 62,5 para 80,66.
Todos esses índices vergonhosos, assustadores e alarmantes são fruto de uma política pública de segurança errada, que não oferece a mínima estrutura para o corpo funcional trabalhar adequadamente e oferecer bons serviços à sociedade. Por isso, a população vive acuada em casa e no trabalho, com medo de sair às ruas para desempenhar as suas atividades. Como sabemos, a maioria das unidades de policiamento, do interior à capital, está carente de material humano bem capacitado e treinado e de equipamentos atuais, modernos e eficientes para os serviços.
O que se percebe é o descaso total para com os policiais que usam armamentos obsoletos e veículos quase sempre em más condições de uso. Nas delegacias, o que se vê é a falta de estrutura mínima para o trabalho adequado dos agentes e delegados. E com isso a população sofre, pois não é bem atendida e não vê os casos solucionados pela polícia como deveriam.
Aqui mesmo no Cabo de Santo Agostinho, que figura como um dos municípios mais violentos da Região Metropolitana, percebemos claramente o descaso para com a segurança. O Governo Municipal não tem medido esforços para fazer a sua parte, colaborando com a Guarda Municipal, investindo em ações de cunho social para promover a inclusão social de jovens carentes. Entretanto, isso só não resolve, devido às grandes proporções que a violência tomou. É preciso uma ação mais eficaz das forças policiais que estão sob controle do Governo do Estado.
Nos últimos anos, os cabenses promoveram vários atos públicos para chamar a atenção do Estado para o problema da violência. Diversas vezes também procuramos o Governo para tratar sobre o assunto. Muitas promessas foram feitas, mas parece que elas caíram no vazio, e a escalada da criminalidade não parou. Infelizmente.
Nós cabenses esperamos que esse estudo da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco sirva pelo menos de alerta para o governador Paulo Câmara adotar providências urgentes e mais eficazes de combate à violência. Se necessário, reestruture o Pacto pelo Vida para oferecer melhores serviços e diminuir a criminalidade. O que não pode é o Governo praticamente cruzar os braços, fazer ouvido de mercador para os reclames da sociedade e não buscar soluções urgentes para um problema tão grave como a violência. Socorro, Governador!
(*) Secretário de Defesa Social do Cabo de Santo Agostinho.

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